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Foto do escritorRicardo Lavra

Schopenhauer: uma introdução ao autor


Texto originalmente escrito em 20 de abril de 2020


Marcado popularmente como um filósofo pessimista, Arthur Schopenhauer foi um herdeiro do pensamento de Inmanuel Kant, grande responsável pelo que se chama Idealismo Transcendental. Mas não seria justo dizer que o pensador ao qual este texto se dedica foi “apenas” um comentador da filosofia kantiana, uma vez que o “Solitário de Frankfurt” decidiu dar a ela sua própria interpretação, marcada não apenas pelo pessimismo que o tornou famoso, mas também por lições interessantíssimas acerca da compaixão, da resignação e da arte.


Sua concepção de mundo é enraizada na seguinte fórmula: “O mundo é minha Representação […] e espelho da Vontade”. Esses dois conceitos são absolutamente imprescindíveis para a compreensão de toda a filosofia contida em seu pensamento. A Vontade consiste numa força imanente à existência e seu único propósito é conservar-se, utilizando para esse fim as vidas particulares contidas no mundo. Em outras palavras, a Vontade existe eternamente pois mantém-se viva em cada ser presente no mundo, e renova-se conforme renovam-se estes. Dessa forma, a Vontade sempre esteve presente na vida e enquanto a mesma persistir, persiste também a Vontade. Seu principal motor é o desejo, seja ele qual for. Quando se sente a ausência de algo e a esse algo se busca, é a Vontade que nos impulsiona a buscar a satisfação. Ora, essa mesma força também não leva em conta as condições em que a vida se conserva, e é aí justamente que entra o problema da Vontade para nosso filósofo.

“O homem é o mais necessitado de todos os seres: não tem mais do que Vontade, desejos encarnados, um composto de mil necessidades. E assim vive na Terra, abandonado a si próprio, incerto de tudo que não seja a miséria e a necessidade que o oprime.”

Para Schopenhauer, o que rege a vida dos seres vivos, sejam os homens ou outros animais, é o desejo cego proveniente dessa Vontade. A busca incessante pela satisfação de nossas necessidades em busca de pequenos prazeres é a causa de todo o sofrimento, toda a miséria e toda a dor presente no mundo, sejam elas as dores e sofrimentos individuais, sejam elas sociais. A ganância de um homem causa a mendicância de outro, a impossibilidade de obter um bem por meios lícitos incita a violência contra alguém que o possua… e o resultado disso tudo é apenas a substituição de um desejo por outro desejo, a satisfação sempre passageira dá logo em seguida o seu lugar ao tédio e a uma nova sensação de ausência dolorosa. É daí que Arthur cria a sua tão famosa alegoria do pêndulo:

“A vida do homem oscila, como um pêndulo, entre a dor e o tédio”

Mas se tal é a natureza da vida, por que então não se combate esse círculo vicioso no qual toda a história humana está inserida. A resposta está no conceito da Representação (Vorstellung no original). Se na filosofia kantiana, a representação está ligada a nossa capacidade de produzir significado aos fenômenos para então entendê-los, para Schopenhauer ela está intimamente ligada à Vontade e agindo como uma máscara para a ação da mesma. Quando ele diz que “O mundo é minha Representação”, está dizendo que o que está ao alcance de sua visão não é a verdade nua e crua da existência, mas a uma espécie de baile de máscaras em que tudo parece belo, as danças são sempre gloriosas e os risos, sinceros. Mas basta que se investigue à fundo para ver que tudo é ilusão, que os risos escondem desejos muitas vezes danosos e as festas foram feitas às custas da miséria e da fome de alguns.


Mesmo o amor, segundo o filósofo, não escapa a essa lógica profana de existência. Aquilo que designamos como o mais nobre dos sentimentos serve como a ferramenta última da Vontade, aquela que garante sua perpetuidade, que é a sua continuação através de uma geração vindoura.

“O fim definitivo de todo o empreendimento amoroso, quer descambe no trágico ou no cômico, é realmente, entre os diversos fins da vida humana, o mais grave e o mais importante e merece a profunda seriedade com que todos se lhe dedicam. De fato, esta questão é nada menos que a combinação da próxima geração. Os dramatis personæ, os atores que hão de entrar em cena, quando dela sairmos, encontrar-se-ão assim determinados na sua existência e na sua natureza por essa paixão tão frívola.”

Não atoa o amor consiste sempre numa espécie de tragédia de acordo com essa concepção schopenhaueriana. De todas as formas, apesar de graças ao já mencionado ardil da Vontade o fim último do amor parecer ser sempre a felicidade dos amantes, seu real objetivo nada mais é do que garantir a continuidade da raça humana, e se tal coisa não é lograda, o que temos é um sentimento capaz de levar aos mais diferentes tipos de loucura. Como evidência para tal afirmação, o filósofo cita que o término das histórias de amor ora descambam no fim mesmo após concluída a sua tarefa de procriação ora em desespero. E tal como em qualquer outro desejo, quando isso ocorre, o amor volta sua atenção para outro foco, e a roda da existência põe-se a girar novamente.


Mas Schopenhauer também admite a possibilidade do rompimento desse ciclo de dor e sofrimento que é a existência humana, e o mesmo fornece para seus seguidores a oportunidade de romper os véus da Representação a fim de colocar fim aos seus impulsos cegos advindos de sua Vontade. São duas vias apontadas por ele como parte do processo de aniquilar essa força aniquilante e escravizante, e o autor propõe formas de colocá-las em prática. São essas vias: a Arte, através da qual a Vontade entra em suspensão, pois através dela as dores do mundo se conectam com as nossas, causando assim o apagamento temporário do Eu que deseja; e a Resignação, meio definitivo em que através do conhecimento da verdade da existência, essa chama desejante da Vontade e do desejo incessantes se extinguem, dando lugar à prática da caridade desinteressada, da compaixão e da eliminação dos impulsos egoístas do Eu.


O desejo descontrolado e a Vontade cega e irrefreável são, na visão do autor, a causa das dores do mundo e do sofrimento sem fim que atormenta a existência. Como remédio para os males da existência, o filósofo aponta duas vias possíveis para que o desejo seja apaziguado e com ele, o sofrimento. A primeira dessas vias, a Arte, o Sublime e a contemplação, será abordada agora.


Schopenhauer divide a experiência com o belo em duas categorias distintas mas que possuem um efeito semelhante sobre a Vontade. A primeira destas categorias é a Arte, produção técnica e derivada do gênio do artista que capta e transmite em sua obra (seja ela uma pintura, uma poesia ou uma música) a essência da vida. A outra categoria é o Sublime, encontrado na beleza presente na natureza (como ao observar uma bela paisagem). Em comum entre estas categorias está o resultado exercido sobre o sujeito: comunicar-se com a Vontade que habita o interior de seu ser, causando nele o repouso e a quietude espiritual que o torna não mais em um ser que deseja, mas sim um que contempla e, por um momento, vê o mundo livre de todas as Representações ilusórias da Vontade… o vê tal como ele é.

“Que importa então que se goze o pôr do Sol da janela de um palácio, ou através das grades de uma prisão!”

O exemplo acima dado pelo próprio Schopenhauer é interessante para a análise do que vem a ser o Sublime. Imagine-se diante de uma montanha imensa (como o Everest) ou de uma tempestade em meio ao mar. A sensação de pequenez diante da imensidão do mundo que se manifesta através desses cenários é o Sublime. Essa sensação coloca em suspenso o Eu, que é justamente a parte do sujeito responsável pelo querer, livrando assim aquele que contempla de todo sofrimento causado pelos desejos. Em outras palavras, o homem dissocia-se diante daquilo que é sublime, deixa de ser um indivíduo e se torna um com o nada (sobre o Nada, falarei melhor na terceira parte da série) por aquele momento, sendo assim tomado por uma paz e uma beatitude maravilhosas. Desta forma, tal como diz o filósofo, não faz qualquer diferença entre contemplar o sol de dentro de um palácio ou de uma prisão, pois o sol é o mesmo, e as circunstâncias tornam-se apenas isto: circunstâncias.


Já na Arte temos a presença de dois elementos cruciais: a técnica, que dirige de que formas podem e devem ser elaborados os trabalhos artísticos (a forma) e o gênio do artista (que fornece à forma o seu conteúdo). Este segundo elemento trata-se da capacidade de um determinado indivíduo de captar a essência da vida e transformar isto em uma obra. Assim, ainda que todos possam, em menor ou maior grau, ter o domínio da prática da pintura ou da escrita ou ainda de criar harmonias e partituras, raros são aqueles que conseguem transmitir de fato uma mensagem que se comunique diretamente à Vontade presente no sujeito que contempla.

“Apoderar-se da inspiração no seu vôo e dar-lhe um corpo nos versos, tal é a obra da poesia lírica. E é contudo a humanidade inteira, nos seus íntimos arcanos que reflete o verdadeiro poeta lírico.”

Aqui o filósofo reflete mais claramente sobre o objetivo da Arte, nesse caso, na poesia. Uma obra considerada de fato bela é uma obra que reflete a vida tal como ela é, com todos os seus nuances, desafios, desastres e tragédias. Schopenhauer via na tragédia grega o maior exemplo de como a poesia é capaz de tocar a alma do indivíduo e privá-lo dos seus maus anseios, do apego à sua vida. O leitor é chamado a não apenas refletir sobre o papel do protagonista (palavra de origem grega cujo significado é “primeiro lutador”) no enredo, mas identificar-se com ele, a sofrer com ele os reveses e as dores pelas quais ele passa.

“Pois é na tragédia que somos confrontados com o lado terrível da vida, a miséria da humanidade, com o domínio do acidente e do erro, a queda do homem justo e o triunfo do perverso[…]”

Daí fica claro o porque utilizar o termo “protagonista” para designar o papel do herói na obra trágica. A vida é representada como essa verdadeira arena de luta de todos contra todos, do homem contra o homem, do homem contra si mesmo e do homem contra o mundo. E os leitores são aqueles que, ao ter contato com tal arena pelos olhos do protagonista, sentem-se ligados a ele pelos laços do sofrimento e desse ponto de ligação entre a ficção e a realidade, deseja também ele aniquilar em si a Vontade cega, o desejo sempre gritante e o tédio sempre presente.


Já a música é encarada por Schopenhauer de forma particular, sendo considerada pelo filósofo como a mais perfeita forma de Arte, pois ela é livre da Representação à qual a arquitetura, a escultura, a pintura e a poesia estão submetidas. Isso porque, diferentemente dessas outras manifestações artísticas que precisam criar uma imagem com a qual seu interlocutor possa se relacionar, a música é a Vontade em diálogo e em processo de anulação dela por ela mesma. O som vai diretamente ao cerne do sujeito, sem a necessidade de quaisquer outros intermediários sensíveis (como é a descrição em uma poesia ou um retrato na pintura), e comunica-se diretamente com o desejo dentro dele, provocando a sua suspensão. Tal efeito é claramente observado quando em contato com as notas presentes na música: os sustenidos representando os tons alegres, mais agudos, enquanto os bemóis apresentam-se como os sons graves, carregados de pesar e tristeza. E quanto melhor a capacidade do músico em combinar esses sons em uma harmonia, maior é a elevação espiritual provocada no ouvinte.

“Ouvir longas e belas harmonias, é como um banho de espírito: purifica de toda a mancha, de tudo que é mau, mesquinho; eleva o homem e sugere-lhe os pensamentos mais nobres que lhe seja dado ter, e ele então sente claramente tudo o que vale, ou antes, quanto poderia valer.”

Uma avaliação parecida é feita num outro texto do autor:

“Quando ouço música, a minha imaginação compraz-se muitas vezes com o pensamento de que a vida de todos os homens e a minha própria vida não são mais do que sonhos de um espírito eterno, bons e maus sonhos, de que cada morte é o despertar.”

A arte em geral, e a música de forma especial, consiste num exercício do espírito que contempla a vida não mais com o apetite voraz e com os desejos cegos daqueles que vivem irrefletidamente, mas livre, ainda que momentaneamente, da Vontade que a tudo corrompe. Quem se vê na condição do artista é o indivíduo que, tendo em si uma maior sensibilidade à essa força, ao invés de entregar-se a ela, a dobra e a transforma numa mensagem para corações e mentes dispostos a recebê-la. Já aquele que contempla uma obra é aquele que se encontra disposto a abdicar das urgências e desejos da vida cotidiana em prol de uma postura de desinteresse e desapego pela vida.


A Arte é dessa forma o primeiro estágio para uma vida mais perfeita, segundo essa análise schopenhaueriana. É através da Arte que se dá o primeiro passo para a verdadeira e única liberdade dentro desse sistema de mundo visualizado pelo filósofo, que é a liberdade do não querer.


Aqui, encerrarei o tema trazendo a segunda e mais importante via para a extirpação das dores do mundo: o contato com o Nada e através disso, a prática da compaixão e da resignação.

“Só a piedade é o princípio de toda a justiça livre e de toda a caridade verdadeira.[…] O ente que não conhece a piedade está fora da humanidade, e essa mesma palavra humanidade é muitas vezes tomada como sinônimo de piedade.”

Se por um lado o homem é um ser que deseja e faz de tudo para saciar-se, por outro, como diz Schopenhauer, ele também possui em si a capacidade para praticar atos desinteressados de caridade para com outros. Daí tiramos que, por natureza, não há nada que impeça o homem de olhar para seus semelhantes com um olhar menos predatório. O que torna os homens maus é a destemperança, o abandono à cegueira dos vícios, do poder, da riqueza e do individualismo. Mas uma vez vencida esta barreira, ele é livre o bastante para olhar o mundo com outros olhos, com olhos compassivos e serenos. Mas o que fazer para chegar aí? Se não há nada em nossa natureza que nos impeça de sermos piedosos, por que muitos e na maioria das vezes escolhem não sê-lo?

“A piedade é esse fato admirável, misterioso, pelo qual vemos a linha de demarcação, que aos olhos da razão separa totalmente um ser do outro, desaparecer e o não eu tornar-se de algum modo o eu.”

É preciso que se tenha um contato verdadeiro com a miséria e o sofrer que são universais, para que assim se possa perceber a insanidade que é viver à mercê da Vontade. Aquele que pratica a piedade é sempre quem olhou para as dores do mundo e sentiu-se uno com o sofredor… é o egoísmo cedendo o espaço para o altruísmo. Quem olha para o outro que sofre e enxerga-se nele é alguém que já superou a primeira barreira do Eu egoísta e desejante, aprendeu que a única diferença entre si e quem se beneficia de sua prática piedosa é a circunstância (e essa a todo tempo pode sofrer mudanças). Portanto, a piedade nasce da capacidade de transpassar a barreira que separa o mundo entre Eu e os Outros, faz com que entendamos que o egoísmo é uma atitude irracional que prolonga o sofrimento, nos torna empáticos. Aquele que tornou-se piedoso está mais próximo do estágio seguinte da vida perfeita.

“Quando a ponta do véu de Maia (a ilusão da vida individual) se ergue ante os olhos de um homem, de tal modo que não faz já diferença egoísta entre a sua pessoa e os restantes homens, e toma tanto interesse pelos sofrimentos estranhos como pelos seus próprios, tornando-se assim caritativo até à dedicação, pronto a sacrificar-se pela salvação dos seus semelhantes — esse homem, chegado ao ponto de se reconhecer a si mesmo em todos os seres, considera como seus os sofrimentos infinitos de tudo quanto vive, e apodera-se desta maneira da dor do mundo. Nenhuma miséria lhe é indiferente. Todos os tormentos que vê e tão raramente lhe é dado suavizar, todas as angústias de que ouve falar, mesmo aquelas que lhe é possível conceber, perturbam-lhe o espírito como se fosse ele a vítima.”

Essa vida mais perfeita está ligada à capacidade de uma empatia total e profunda. Nesse trecho acima, Schopenhauer deixa exposta a influência que sua filosofia recebera de seus estudos das correntes orientais (saliento aqui que ele foi um dos pioneiros em abordar os ensinamentos budistas e vedas na Europa). O filósofo liga essa capacidade à percepção de que tudo quanto vive não é separado entre si, que a individualidade nada mais é do que um construto que alimenta o egoísmo e os desejos. Assim, o autor coloca o Nada como a fonte da salvação desse círculo vicioso ao qual paramos para analisar. É na percepção de que o indivíduo é um nada diante da existência que compreendemos que todas as ambições, os desejos, a fome de poder e domínio não fazem qualquer sentido.

“[…]aquele que penetra a essência das coisas, que domina o conjunto, chega ao repouso de todo o desejo e de todo o querer. Daí em diante a sua vontade desvia-se da vida, repele com susto os gozos que a perpetuam. O homem chega então ao estado da renúncia voluntária, da resignação, da tranqüilidade verdadeira, e da ausência absoluta de vontade.”

O fim último da filosofia schopenhaueriana está em alcançar este estado de absoluta tranquilidade através da anulação da Vontade causadora dos desejos. Quando o homem entende que sua vida é nada além de um breve sonho, desiste de perseguir os objetivos sem sentido, o poder e as riquezas, e passa a dedicar-se a um quietismo profundo, que por nada se deixa perturbar. E não se contenta apenas em eliminar a Vontade de viver em si mesmo, mas parte também para eliminar do mundo as causas do sofrimento de seus semelhantes. E um incentivo à essa prática é apontado por Schopenhauer tanto no cristianismo quanto na filosofia vedanta, que à parte das radicais diferenças teológicas, possuem na sua ética uma semelhança notável.

“[…]o amor do próximo, com absoluto desprendimento de si mesmo, amor não só limitado aos homens mas a todos os seres vivos;[…] uma bondade sem limites para com aquele que nos ofende; o bem e o amor em troca do mal que nos façam por maior que seja; o perdão alegre e espontâneo para todas as injúrias”

Com base nos ensinamentos morais destas duas religiões, o filósofo alemão redige essa que se tornou sua proposta de filosofia prática, uma filosofia que independe de doutrinas, mas sim que se baseia no sofrimento e na piedade universais. Ao eliminar o ego, o homem vê diante de si com mais clareza que a Vontade regente do mundo pode ser suprimida, e ao fazê-lo, torna-se possível pôr fim às dores que afetam o mundo. A compaixão, dessa forma, além de ser uma prática nobre de apaziguar o sofrer dos que nos são semelhantes, abre-nos a porta para a prática do ascetismo, forma mais perfeita de vida dentro dessa visão ética, uma vez que o isolamento e a ausência de querer nos livra das garras afiadas da Vontade. A postura ascética e compassiva permite que se rompa o ciclo egoico que se prolonga existencialmente através das eras, geração após geração, trazendo uma verdadeira paz que reside no Nada, onde não há Eu, e por isso, não há desejo, tédio, dor e nem sofrer.

“Reconhecemo-lo, o que resta após a supressão total da vontade não é coisa alguma para todos aqueles que estão ainda cheios da vontade de viver, é o nada. Mas também para aqueles nos quais a vontade chegou a desviar-se do seu fito, a negar-se a si mesma, o nosso mundo que nos parece tão real como todos os seus sóis e as suas vias lácteas, o que é? Nada.”

Referências:

1- As Dores do Mundo (Edipro);

2- O Mundo como Vontade e Como Representação (Contraponto);

3- A Metafísica do Belo (Unesp).

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